Barrigudos

Chega de moleza! É hora de criar as Olimpaiadas!

Barrigudos

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Caros pais, caríssimas mães, nós precisamos de esporte. E de um esporte específico para nós, pais e mães.

Se há toda uma olimpíada para deficientes físicos (que é muito justa e cheia de histórias comoventes), por que não fazer uma olimpíada para os pais de bebês com, digamos, até seis meses de idade, estes pobres seres que ficam alijados da atividade esportiva?

Pois bem, aproveitando que os Jogos do Rio de Janeiro estão se aproximando, venho humildemente propor a criação das Olimpaiadas.

Comecei a pensar nestes novos jogos quando vi que meus braços, de tanto carregar o Matias, estavam com músculos que eu nunca tive antes. Então passei a observar outras atividades paternas e percebi que havia outras que mais pareciam novos esportes.  Foi assim que cheguei à Olimpaiada, que inicialmente teria sete provas, disputadas no masculino e no feminino:

Levantamento de bebê: Seria mais ou menos como a prova de levantamento de peso. O vencedor seria aquele que levantasse mais vezes o seu filho, multiplicando-se este pelo peso. Ou seja, se um pai levanta 100 vezes uma criança de 5kg, faz 500 pontos. Se outro levanta 90 vezes uma criança de 6kg faz 540 pontos. Pais de gêmeos poderiam competir com um filho em cada braço.

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Maratona: É aquela em que os pais ficam andando por várias horas com o bebê no colo, geralmente da sala para a cozinha e da cozinha para sala. Minha impressão é que passa dos 42 km. E obviamente ela terá que ser disputada de madrugada.

110 metros de corrida de carrinho com obstáculos: Numa calçada cheia de buracos (o que é bem comum), os pais terão que levar seus bebês dentro de seus carrinhos o mais rápido possível. Se o bebê chacoalhar demais e chorar, o competidor será desclassificado.

Troca artística de fraldas: Aqui, assim como na ginástica rítmica ou nos saltos ornamentais, o que vale é a estética. Ganha o pai que fizer a troca mais perfeita. Ou seja, aquele que limpar seu filho com movimentos mais harmônicos, que fizer a amarra mais perfeita e que passar o creme contra assaduras com mais arte.

100 mililitros rasos: Esta prova, de muita velocidade, depende principalmente do entrosamento entre pais e filhos. Ganha a dupla que conseguir matar 100 ml de leite mais rapidamente. Para complicar, o bebê que babar ou regurgitar será desclassificado.

Limpeza aquática: Vencerá o pai que, ao dar banho em seu bebê num determinado tempo, deixar seu bebê mais limpo. Juízes examinarão as crianças minuciosamente, procurando inclusive aqueles rolinhos que ficam escondidos nas dobrinhas do pescoço. Em caso de empate, ganha o bebê que cheirar melhor.

Tiro ao alvo: Aqui o pai não é o atirador, mas o alvo. Os pais usarão uma camisa com um alvo no peito, com uma pontuação de zero a cem pontos. Assim, a criança que fizer xixi mais perto do centro vence. Se bem que acertar o olho paterno vale 200 pontos. Acho que, nesta modalidade, eu e Matias temos grandes chances.

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O COB pode achar minha proposta um tanto absurda, mas é uma maneira de incluir os pobres genitores no mundo esportivo. E isso é bem importante, porque nós temos que abdicar de qualquer atividade física mais sistematizada. Eu, por exemplo, engordei três quilos desde que Matias nasceu.

Enfim, chega de esportes antigos e antiquados. Vamos inovar!

É ouro, Brasil!